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Entre o Caos e o Cosmos

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sábado, março 27, 2010 by

Outrora soprava um vento forte
de coisas novas que chegavam
chegavam sem bater à porta

Vinham coisas, pessoas, palavras, sentimentos, crises,
vazios...
silêncios meus.. Reações covardes
(ou métodos de auto-libertação,
proteção)
pensamentos clássicos e quânticos...
questionamentos complexos e primitivos...

E foi então que a ventania parou,
As nuvens se dissiparam e os horizontes emergiram tão nítidos aos olhos
como raios de Sol que agridem
os tenros olhos de um recém-nascido

E agora sopra docemente uma brisa...
És o farol ao mar e o porto à espera
Eu me acheguei a Você

Quando não há mais lógica
ou linha de pensamento
Quando não há mais métodos
e leis não surtem efeito
Quando não há mais arte
e todo script é mero erro

Eu simplesmente me encontro em Você
E permito-me ser liberto
das minhas algemas racionais,
da prisão dos meus sentimentos

Quando não há porque permanecer
e mesmo assim, lugar nenhum pr'onde correr
Quando não há pílulas anti-caos
Ou todo meio de cura mostra-se paliativo
Quando o sabor se torna agridoce
e tudo oscila entre chorar ou rir
levantar ou cair
permitir e banir
continuar, desistir...
dor e prazer...
(porém nada pleno)

Eu me vejo em teus braços, como bebê
Entre o caos e o cosmos, eu escolho Você
Pois rejeito a aleatoriedade que me deteriora
E renego viver sob o que os mortais constituíram

(Após um hiato de 1 mês... Um poema como recompensa!)